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O Ministério Público acrescentou 600 novos factos ao processo que envolve o ex-ministro da Economia. Manuel Pinho vai ser ouvido esta tarde pelo juiz Carlos Alexandre no Campus da Justiça.

Manuel Pinho foi ouvido esta manhã no âmbito do caso EDP. Foi confrontado com novos indícios e ficou detido após o interrogatório. A confirmação da detenção do ex-ministro foi dada pelo advogado Sá Fernandes. Manuel Pinho e a mulher ficaram em prisão preventiva e não chegaram a ser ouvidos.

Ricardo Sá Fernandes, advogado de Manuel Pinho, lamenta toda esta situação. “Eu lamento isto que aconteceu. Acho que isto aconteceu porque o Ministério Público (MP) entende que, mudando o juiz de instrução criminal, tem condições para aplicar uma medida de coação que o outro juiz não teria”, considerou, em declarações aos jornalistas à saída do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.

“A Justiça não pode funcionar assim. Isto é uma situação de um grave abuso de poder. O Ministério Público não pode escolher os juízes que acha que lhe servem melhor os seus propósitos e, por isso, devo dizer, mantendo naturalmente toda a tranquilidade, que tenho muitos anos disto, já vi muita coisa na vida forense em Portugal, e esta é uma daquelas que eu achava que não iria ver. Um processo que está em investigação há 10 anos, os factos passaram-se há 15 e há 20 anos, Manuel Pinho compareceu sempre e nunca fugiu às suas responsabilidades e é agora objeto de detenção para ele e para a mulher”, afirmou.

Segundo o advogado “tudo mudou”. Manuel Pinho chegou ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) por volta das 10 da manhã e iria “apenas rebater alguns pontos muito específicos da acusação”.

Sá Fernandes, que ficou “muito descontente” com a decisão, acrescenta que o que mudou “não foram os factos mas sim a mudança do juiz de Instrução Criminal que passou a ser o juiz Carlos Alexandre”.

O advogado frisa que o juiz Carlos Alexandre faz uma leitura diferente daquelas que devem ser as medidas de caução para o caso que envolve o ex-ministro da Economia.

Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo.

Em declarações aos jornalistas à saída do DCIAP, o advogado considerou a situação “um grave abuso de poder” e adiantou que o mandado de detenção abrange também a mulher do antigo governante socialista, Alexandra Pinho.



“Acho que a justiça não pode funcionar assim. Isto é uma situação de um grave abuso de poder. O Ministério Público não pode escolher os juízes que acha que servem melhor os seus propósitos. Mantenho toda a tranquilidade, já tenho muitos anos disto, já vi muita coisa na vida forense em Portugal, já vi coisas que achava que nunca iria ver e, sinceramente, esta era uma que eu achava que não ia ver”, afirmou.



Ricardo Sá Fernandes referiu que este processo “está em investigação há 10 anos” e que Manuel Pinho “compareceu sempre” para prestar esclarecimentos e “nunca fugiu às suas responsabilidades”, sublinhando ainda que a detenção hoje ordenada pelo juiz de instrução criminal Carlos Alexandre representa “uma errada noção do que é o exercício de justiça”.

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